quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Chamado Para a Luta !!!


Sou  Emanuel  de Ávila  um jovem como qualquer outro. jovem que gosta tudo o que um jovem gosta, mas também sei que devo ter responsabilidades, dentre elas, a que considero a mais nobre de todas, a responsabilidade com a minha cidade. Sei que devo  lutar por uma cidade mais justa, clara,  e sei como  como são os anseios desta  juventude, uma geração que quer ter o direito de poder falar e ser ouvido. Sou um jovem que tem o sonho de ver Uruguaiana se tornar uma cidade modelo em cultura educação e oportunidades para todos. É hora do despertar,  nos  jovens  não somos  o futuro do nosso município  mas  sim  somos  o hoje   

E como  diz RUBEM ALVES
De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim "vocare", quer dizer "chamado". Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um "fazer". No lugar desse "fazer" o vocacionado quer "fazer amor" com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada. "Política" vem de "polis", cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade.
E eu  Emanuel   cinto este chamado  e quero  lutar  por esta felicidade  !

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O JUSTO E A JUSTIÇA POLÍTICA

O JUSTO E A JUSTIÇA POLÍTICA
Sexta-feira, 31 de março de 1899.
Rui Barbosa

Para os que vivemos a pregar à república o culto da justiça como o supremo elemento preservativo do regímen, a história da paixão, que hoje se consuma, é como que a interferência do testemunho de Deus no nosso curso de educação constitucional. O quadro da ruína moral daquele mundo parece condensar-se no espetáculo da sua justiça, degenerada, invadida pela política, joguete da multidão, escrava de César. Por seis julgamentos passou Cristo, três às mãos dos judeus, três às dos romanos, e em nenhum teve um juiz. Aos olhos dos seus julgadores refulgiu sucessivamente a inocência divina, e nenhum ousou estender-lhe a proteção da toga. Não há tribunais, que bastem, para abrigar o direito, quando o dever se ausenta da consciência dos magistrados.

Grande era, entretanto, nas tradições hebraicas, a noção da divindade do papel da magistratura. Ensinavam elas que uma sentença contrária à verdade afastava do seio de Israel a presença do Senhor, mas que, sentenciando com inteireza, quando fosse apenas por uma hora, obrava o juiz como se criasse o universo, porquanto era na função de julgar que tinha a sua habitação entre os israelitas a majestade divina. Tão pouco valem, porém, leis e livros sagrados, quando o homem lhes perde o sentimento, que exatamente no processo do justo por excelência, daquele em cuja memória todas as gerações até hoje adoram por excelência o justo, não houve no código de Israel norma, que escapasse à prevaricação dos seus magistrados.

No julgamento instituído contra Jesus, desde a prisão, uma hora talvez antes da meia-noite de quinta-feira, tudo quanto se fez até ao primeiro alvorecer da sexta-feira subseqüente, foi tumultuário, extrajudicial, a atentatório dos preceitos hebraicos. A terceira fase, a inquirição perante o sinedrim, foi o primeiro simulacro de forma judicial, o primeiro ato judicatório, que apresentou alguma aparência de legalidade, porque ao menos se praticou de dia. Desde então, por um exemplo que desafia a eternidade, recebeu a maior das consagrações o dogma jurídico, tão facilmente violado pelos despotismos, que faz da santidade das formas a garantia essencial da santidade do direito.

O próprio Cristo delas não quis prescindir. Sem autoridade judicial o interroga Anás, transgredindo as regras assim na competência, como na maneira de inquirir; e a resignação de Jesus ao martírio não se resigna a justificar-se fora da lei: "Tenho falado publicamente ao mundo. Sempre ensinei na sinagoga e no templo, a que afluem todos os judeus, e nunca disse nada às ocultas. Por que me interrogas? Inquire dos que ouviam o que lhes falei: esses sabem o que eu lhes houver dito". Era apelo às instituições hebraicas, que não admitiam tribunais singulares, nem testemunhas singulares. O acusado tinha jus ao julgamento coletivo, e sem pluralidade nos depoimentos criminadores não poderia haver condenação. O apostolado de Jesus era ao povo. Se a sua prédica incorria em crime, deviam pulular os testemunhos diretos. Esse era o terreno jurídico. Mas, porque o filho de Deus chamou a ele os seus juízes, logo o esbofetearam. Era insolência responder assim ao pontífice. Sic respondes pontifici? Sim, revidou Cristo, firmando-se no ponto de vista legal: "se mal falei, traze o testemunho do mal; se bem, por que me bates?"

Anás, desorientado, remete o preso a Caifás. Este era o sumo sacerdote do ano. Mas, ainda assim, não não tinha a jurisdição, que era privativa do conselho supremo. Perante este já muito antes descobrira o genro de Anás a sua perversidade política, aconselhando a morte a Jesus, para salvar a nação. Cabe-lhe agora levar a efeito a sua própria malignidade, "cujo resultado foi a perdição do povo, que ele figurava salvar, e a salvação do mundo, em que jamais pensou".

A ilegalidade do julgamento noturno, que o direito judaico não admitia nem nos litígios civis, agrava-se então com o escândalo das testemunhas falsas, aliciadas pelo próprio juiz, que, na jurisprudência daquele povo, era especialmente instituído como o primeiro protetor do réu. Mas, por mais falsos testemunhos que promovessem, lhe não acharam a culpa, que buscavam. Jesus calava. Jesus autem tacebat. Vão perder os juízes prevaricadores a segunda partida, quando a astúcia do sumo sacerdote lhes sugere o meio de abrir os lábios divinos do acusado. Adjura-o Caifás em nome de Deus vivo, a cuja invocação o filho não podia resistir. E diante da verdade, provocada, intimada, obrigada a se confessar, aquele, que a não renegara, vê-se declarar culpado de crime capital: Reus est mortis. "Blasfemou! Que necessidade temos de testemunhas? Ouvistes a blasfêmia". Ao que clamaram os circunstantes: "É réu de morte".

Repontava a manhã, quando a sua primeira claridade se congrega o sinedrim. Era o plenário que se ia celebrar. Reunira-se o conselho inteiro. In universo concilio, diz Marcos. Deste modo se dava a primeira satisfação às garantias judiciais. Com o raiar do dia se observava a condição da publicidade. Com a deliberação da assembléia judicial, o requisito da competência. Era essa a ocasião jurídica. Esses eram os juízes legais. Mas juízes, que tinham comprado testemunhas contra o réu, não podiam representar senão uma infame hipocrisia da justiça. Estavam mancomunados, para condenar, deixando ao mundo o exemplo, tantas vezes depois imitado até hoje, desses tribunais, que se conchavam de véspera nas trevas, para simular mais tarde, na assentada pública, a figura oficial do julgamento.

Saía Cristo, pois, naturalmente condenado pela terceira vez. Mas o sinedrim não tinha o jus sanguinis, não podia pronunciar a pena de morte. Era uma espécie de júri, cujo veredictum, porém, antes opinião jurídica do que julgado, não obrigava os juízes romanos. Pilatos estava, portanto, de mãos livres, para condenar, ou absolver. "Que acusação trazeis contra este homem?" Assim fala por sua boca a justiça do povo, cuja sabedoria jurídica ainda hoje rege a terra civilizada. "Se não fosse um malfeitor, não to teríamos trazido", foi a insolente resposta dos algozes togados. Pilatos, não querendo ser executor num processo, de que não conhecera, pretende evitar a dificuldade, entregando-lhes a vítima: "Tomai-o, e julgai-o segundo a vossa lei". Mas, replicam os judeus, bem sabes que "nos não é lícito dar a morte a ninguém". O fim é a morte, e sem a morte não se contenta a depravada justiça dos perseguidores.

Aqui já o libelo se trocou. Não é mais de blasfêmia contra a lei sagrada que se trata, senão de atentado contra a lei política. Jesus já não é o impostor que se inculca filho de Deus: é o conspirador, que se coroa rei da Judéia. A resposta de Cristo frustra ainda uma vez, porém, a manha dos caluniadores. Seu reino não era deste mundo. Não ameaçava, pois, a segurança das instituições nacionais, nem a estabilidade da conquista romana. "Ao mundo vim", diz ele, "para dar testemunho da verdade. Todo aquele que for da verdade, há de escutar a minha voz". A verdade? Mas "que é a verdade"? pergunta definindo-se o cinismo de Pilatos. Não cria na verdade; mas a da inocência de Cristo penetrava irresistivelmente até o fundo sinistro dessas almas, onde reina o poder absoluto das trevas. "Não acho delito a este homem", disse o procurador romano, saindo outra vez ao meio dos judeus.

Devia estar salvo o inocente. Não estava. A opinião pública faz questão da sua vítima. Jesus tinha agitado o povo, não ali só, no território de Pilatos, mas desde Galiléia. Ora acontecia achar-se presente em Jerusalém o tetrarca da Galiléia, Heródes Antipas, com quem estava de relações cortadas o governador da Judéia. Excelente ocasião, para Pilatos, de lhe reaver a amizade, pondo-se, ao mesmo tempo, de boa avença com a multidão inflamada pelos príncipes dos sacerdotes. Galiléia era o forum originis do Nazareno. Pilatos envia o réu a Heródes, lisonjeando-lhe com essa homenagem a vaidade. Desde aquele dia um e outro se fizeram amigos, de inimigos que eram. Et facti sunt amici Herodes et Pilatus in ipsa die; nam antea inimici erant ad invicem. Assim se reconciliam os tiranos sobre os despojos da justiça.

Mas Herodes também não encontra, por onde condenar a Jesus, e o mártir volta sem sentença de Herodes a Pilatos que reitera ao povo o testemunho da intemerata pureza do justo. Era a terceira vez que a magistratura romana a proclamava. Nullam causam invenio in homine isto ex his, in quibus eum accusatis. O clamor da turba recrudesce. Mas Pilatos não se desdiz. Da sua boca irrompe a quarta defesa de Jesus: "Que mal fez ele? Quid enim mali fecit iste?" Cresce o conflito, acastelam-se as ondas populares. Então o procônsul lhes pergunta ainda: "Crucificareis o vosso rei?" A resposta da multidão em grita foi o raio, que desarmou as evasivas de Herodes: "Não conhecemos outro rei, senão César". A esta palavra o espectro de Tibério se ergueu no fundo da alma do governador da província romana. O monstro de Cáprea, traído, consumido pela febre, crivado de úlceras, gafado da lepra, entretinha em atrocidades os seus últimos dias. Traí-lo era perder-se. Incorrer perante ele na simples suspeita de infidelidade era morrer. O escravo de César, apavorado, cedeu, lavando as mãos em presença do povo: "Sou inocente do sangue deste justo".

E entregou-o aos crucificadores. Eis como procede a justiça, que se não compromete. A história premiou dignamente esse modelo da suprema cobardia na justiça. Foi justamente sobre a cabeça do pusilânime que recaiu antes de tudo em perpétua infâmia o sangue do justo.

De Anás a Herodes o julgamento de Cristo é o espelho de todas as deserções da justiça, corrompida pela facções, pelos demagogos e pelos governos. A sua fraqueza, a sua inconsciência, a sua perversão moral crucificaram o Salvador, e continuam a crucificá-lo, ainda hoje, nos impérios e nas repúblicas, de cada vez que um tribunal sofisma, tergiversa, recua, abdica. Foi como agitador do povo e subversor das instituições que se imolou Jesus. E, de cada vez que há precisão de sacrificar um amigo do direito, um advogado da verdade, um protetor dos indefesos, um apóstolo de idéias generosas, um confessor da lei, um educador do povo, é esse, a ordem pública, o pretexto, que renasce, para exculpar as transações dos juízes tíbios com os interesses do poder. Todos esses acreditam, como Pôncio, salvar-se, lavando as mãos do sangue, que vão derramar, do atentado, que vão cometer. Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de estado, interesse supremo, como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz cobarde.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

As virtudes humanas



A estrutura da personalidade compreende, entre outros elementos psicológicos,  um conjunto de virtudes que  tornam o indivíduo mais elevado, íntegro, humanitário. Uma virtude representa retidão moral, probidade, excelência moral. As pessoas podem ser avaliadas pela riqueza de suas virtudes.

De forma sucinta, vamos apreciar algumas dessas virtudes. No decorrer da empreitada, poderemos observar que elas quase sempre caminham juntas, raramente apresentam-se isoladas.

Autoconfiança. Esta virtude pode ser conquistada mediante o desenvolvimento de recursos e habilidades que proporcionam competência, segurança e tranqüilidade no decurso da vida. A pessoa autoconfiante é prudente e equilibrada, de tal sorte que procura agir sempre com cautela. Pelo fato de possuir imensa fé em si, ela sabe que pode contar consigo mesma, em situações as mais adversas.

Benevolência. É uma qualidade que dispõe o indivíduo a praticar o bem, podendo acrescentar generosidade, gentileza e simpatia. Para tanto, é preciso renunciar a sentimentos de hostilidade e egoísmo.

Contentamento. É uma virtude que promove alegria e bem-estar. Proporciona o poder de enfrentar adversidades, sem aflição, com serenidade e jovialidade, porque capacita o ser humano a adaptar-se a tais situações, e a mudar suas atitudes diante delas.

Coragem. Trata-se de uma habilidade ímpar para enfrentar, com serenidade e domínio do medo,  os perigos que se apresentam do decurso da vida. Ela proporciona ao indivíduo a aptidão de avaliar uma gama de possibilidades para vencer as adversidades. A coragem inspira o indivíduo a agir com perseverança e determinação em  face de todas as situações e circunstâncias.

Desapego. É uma virtude que capacita o indivíduo a ver os fatos e situações com imparcialidade, com isenção de ânimo. A pessoa que consegue desapegar-se de suas próprias idéias e opiniões, livre de preconceitos, é capaz de agir com justiça. O desapego em relação a pessoas, bens materiais e imateriais, é outra faceta desta valiosa virtude, que possibilita uma vida mais rica e feliz.

Despreocupação. Ser despreocupado denota serenidade, confiança, paz. Significa viver a cada momento, com intensidade e prazer, permitindo ao amanhã cuidar de seus próprios interesses. No entanto, despreocupação não quer dizer descuido, imprudência, imprevidência. Muito pelo  contrário, pois esta virtude inspira o indivíduo a tornar-se responsável e cuidadoso com a administração de tudo que lhe compete.

Determinação. Firmeza e perseverança são duas aliadas desta virtude. Ela permite ao indivíduo progredir, a ter sucesso em todos os seus empreendimentos, pois não tolera preguiça, desalento, falta de ânimo. Não importam as circunstâncias ou obstáculos, a presença desta virtude capacita o ser humano a concluir sempre todas as tarefas a que se programou. Determinação é uma virtude necessária para assimilar as demais virtudes e para livrar-se de todas as negatividades.

Disciplina. É ordem, organização, aceitação de preceitos e normas. O próprio Universo é obediente a uma ordem implacável, caso contrário não poderia existir. Para assimilar e manter esta virtude, o indivíduo precisa corrigir, moldar e aperfeiçoar seu caráter. Para tanto, não poderá prescindir do concurso de outras virtudes, como paciência,  tolerância e perseverança.  Terá também que abominar hábitos nocivos, como rebeldia e inconformidade. Na ausência da disciplina,  a vida torna-se impossível.

Docilidade. Consiste em uma força magnética que atrai a todos. A vida torna-se mais encantadora quando as pessoas agem com docilidade, bom humor e gentileza.

Empatia.  Significa colocar-se no lugar do outro, em sua própria pele. Ver as coisas sob  sua perspectiva. Compreender seus motivos. E, então, poder aconselhar com acerto e coerência.

Entusiasmo.  É a chama que provoca ação. É vida em movimento. É motivação. É o fogo interior que proporciona prazer e vitalidade para executar até o fim os planos traçados.  Graças ao entusiasmo, o mundo inteiro está em constante progresso.

Estabilidade. Significa coerência, responsabilidade, constância. Esta virtude não admite rigidez, mas requer flexibilidade e adaptabilidade. Assim, a confiança é desenvolvida e a convivência humana torna-se harmônica e duradoura.

Flexibilidade. Esta virtude permite  constante adaptação às pessoas e circunstâncias. Ela promove a harmonia nos relacionamentos e proporciona condições para a necessária moldagem às permanentes mutações da vida. Tal como o salgueiro,  podemos nos  curvar, pela força do vento, e, ao mesmo tempo, permanecer firmemente enraizados.

Generosidade. Significa desprendimento, liberalidade, altruísmo. A pessoa dotada desta virtude aprecia verdadeiramente os outros, e presta a ajuda necessária sem esperar nada em troca. Ela também promove o fortalecimento das relações, a paz no contexto social.

Honestidade. Este dom suscita a necessária confiança entre as pessoas. Em todos os atos da vida, a citada qualidade deve estar sempre presente. Por outro lado, sua carência provoca as mais nefastas conseqüências.

Humildade. Mesmo sendo possuidor de múltiplas virtudes,  o indivíduo pode ainda abarcar mais uma, a humildade. Significa modéstia, compostura, ausência de vaidade. Simplicidade na maneira de se apresentar. Comedimento na forma de referir-se a si próprio. A pessoa pode conhecer sua força e poder, e apesar disso, não precisa jactar-se perante os outros.

Introspecção.  É a pedra fundamental de todas as virtudes. Graças a ela, o ser humano torna-se capaz de avaliar e transformar sua personalidade. Mergulhar no interior de si mesmo é uma condição necessária para o auto-aperfeiçoamento. Esta virtude desperta os poderes pessoais e harmoniza todo o ser.

Jovialidade. O dom de ser alegre, bem-humorado, de rir e fazer rir, é uma qualidade indispensável para a existência da harmonia nos relacionamentos.  Proporciona bem-estar e leveza de espírito. Irradia simpatia, conquista a amizade, desenvolve o ânimo.

Longanimidade. Significa complacência, indulgência, benignidade, tolerância. Proporciona o desenvolvimento de uma natural disposição de ânimo para suportar, com serenidade e resignação, insultos, vexames, ofensas e contrariedades.

Maturidade. Esta virtude confere a habilidade de agir com coerência e acerto em todas as circunstâncias. Ela proporciona o desenvolvimento de outra fenomenal virtude, a sabedoria.

Misericórdia. É uma qualidade ímpar nos relacionamentos humanos. Esta virtude confere às pessoas o dom de perdoar as faltas dos outros, de compreender suas fraquezas, pois carrega em si a tolerância e a compaixão.

Paciência. Ser paciente significa ser calmo,  sereno  e equilibrado. Denota controle sobre desejos e emoções. Afasta o desespero e a aflição.  Possibilita pensamentos e julgamentos imparciais e objetivos.

Precisão. Esta qualidade proporciona clareza e perfeita definição. Na presença de exatidão, os pensamentos, palavras e ações serão apropriados a cada circunstância. A virtude em questão possibilita a habilidade de fazer as coisas de forma correta. Graças ao autocontrole, paciência, serenidade, conhecimento de causa, este dom pode prosperar, trazendo benefícios incalculáveis ao progresso e bem-estar.

Pureza.  Significa ausência de vícios de toda ordem. Presença de uma mente sã, plena de amor e justiça, isenta de máculas, livre de preconceitos e superstições.

Sabedoria. A conquista da maturidade proporciona  o surgimento da sabedoria. Esta virtude confere o  poder de controlar impulsos e reações, ter uma visão de águia,  reconhecer a verdadeira intuição, ser previdente.  A pessoa que conquistou o poder da sabedoria é capaz de agir de forma correta, em todas as circunstâncias, com base em  conhecimentos vastos, em sua longa experiência,   na  própria realidade. Pode-se observar o perfeito  equilíbrio de todos os poderes e talentos quando a sabedoria está presente.
 
Do livro "A Arte de Viver"
Ramiro Sápiras


sábado, 9 de junho de 2012

Ética e Filosofia Política


Texto retirado do site da Universidade Federal do Ceará (Curso de Filosofia)

 Desde o início do século XX, a reflexão ética se concentrou nos problemas dos fundamentos semânticos, metodológicos e epistemológicos: um conjunto teórico que recebeu da filosofia analítica a denominação de Metaética. Nesse quadro, o que é questionado é a própria possibilidade de uma ética, enquanto teoria normativa da ação. São as posturas não-cognitivas e emotivistas que sustentam a tese em que as proposições normativas não possuem conteúdo cognitivo, uma vez que não são propriamente sentenças declarativas, portanto, não são nem verdadeiras nem falsas. Desse modo, se as sentenças normativas não são nem verdadeiras nem falsas, ela não contém obrigações e não podem ser fundamentadas. Com efeito, a ética enquanto teoria da ação moralmente correta é impossível. Diante dessa situação, o questionamento central na ética concerne ao problema de sua própria fundamentação. Juízos morais podem ser fundamentados? As respostas que decorrem dessa pergunta demarcam as grandes orientações do debate ético contemporâneo: as éticas deontológicas, as quais, respectivamente, se centram na análise dos julgamentos de fato e na análise dos julgamentos de valor, ambos implicados no agir humano.
A partir do problema da validade das normas que orientam a ação humana, é possível então perguntar pela legitimidade da ação e das instituições sócio-políticas. Idéias como Soberania, Representação, Contrato, Estado, Opinião Pública, Classe, Nação, Sociedade Civil, Partidos Políticos etc, são suscetíveis de uma avaliação crítica profunda. Nessa perspectiva, a pergunta pelo sentido da política e por sua legitimidade passa a ser o grande tema da filosofia contemporânea. Diante das ameaças que resultam da situação atual da humanidade, uma filosofia política pode ser construída de modo a considerar como referencial de sua orientação não apenas as comunidades políticas locais, regionais e nacionais, mas as relações humanas no contexto de uma civilização planetária, bem como as conseqüências da intervenção das ciências na ecosfera, na biosfera e dos mercados globais. Essa situação põe a humanidade frente ao problema da co-responsabilidade capaz de fomentar uma consciência solidária cosmopolita e que repercute a primazia do político no contexto do mundo globalizado e ameaçado por um colapso ecológico e social. Isso significa pensar o político como a condição de legitimar os fundamentos normativos básicos das estruturas necessárias para as comunidades históricas distribuídas sobre o planeta.

Política e Religião


Uma das mais importantes conquistas democráticas no mundo contemporâneo é a separação entre religião e política. Não é que não tenham nada a ver, mas as relações políticas, sociais, cívicas, não podem ser orientadas pelas opções religiosas. Os Estados democráticos são Estados laicos.
Todos devemos ser iguais diante das leis, sem influência de nossas opções individuais – religiosas, sexuais, de diferenças étnicas, etc. Somos diversos nas nossas opções de vida, mas devemos ser iguais nos nossos direitos como cidadãos.
Os Estados religiosos – sejam islâmicos, sionistas ou outros – fazem das diferenças religiosas elementos de discriminação política. Xiitas e sunitas têm direitos distintos, conforme a tendência dominante em países islâmicos. Judeus e árabes são pessoas com direitos totalmente distintos em Israel. Para dar apenas alguns dos exemplos mais conhecidos.
Um Estado democrático, republicano, é um Estado laico e não religioso, nem étnico. Que não estabelece diferenças nos direitos pelas opções privadas das pessoas. Ao contrário, garante os direitos às opções privadas das pessoas. Nestas deve haver a maior liberdade, com o limite de que não deve prejudicar a liberdade dos outros de fazerem suas opções individuais e coletivas.
Por razões de sua religião, pessoas podem optar por não fazer aborto, por não se divorciar, por não ter relações sexuais senão para reprodução, por não se casar com pessoas do seu mesmo sexo. São opções individuais, que devem ser respeitadas, por mais que achemos equivocadas e as combatamos na luta de idéias. Mas nenhuma religião pode querer impor suas concepções aos outros – sejam de outras religiões ou humanistas.
A educação pública deve ser laica, respeitando as diferenças étnicas, religiosas, sexuais, de todos. Os que querem ter educação religiosa, devem tê-la em escolas religiosas, conforme o seu credo. Os recursos públicos devem ser destinados para as escolas públicas.
Da mesma forma a saúde pública deve atender a todos, conforme suas opções individuais, sem prejudicar os direitos dos outros.
A Teologia da Libertação é um importante meio de despertar consciência social nos religiosos, como alternativa à visão tradicional, que favorece a resignação (esta vida como “vale de lágrimas”, o sofrimento como via de salvação). Mas não pode tentar impor visões religiosas a toda a sociedade que, democrática, não opta por nenhuma religião. Os religiosos devem orientar seus fieis, conforme suas crenças, mas não devem tentar impor aos outros suas crenças.
Religião e política são coisas diferentes. A opção religiosa ou humanista é uma opção individual, da mesma forma que as identidades sexuais, as origens étnicas ou outras dessa ordem.
Misturar religião com política, ter Estados religiosos – Irã, Israel, Vaticano, como exemplos – desemboca em visões ditatoriais, até mesmo totalitárias. Na democracia, os direitos individuais e coletivos devem ser garantidos para todos, igualmente. Ninguém deve ter mas direitos ou ser discriminado, por suas opções individuais ou coletivas, desde que não prejudique os direitos dos outros.
Que possamos ser diversos, desde que não prejudiquemos aos outros. Iguais, nos direitos e nas possibilidades de ser diferentes. Diferentes sim, desiguais, não.
Emir Sader

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Rui Barbosa ( E suas Frases )


                                                    

    

""O ensino, como a justiça, como a administração, prospera e vive muito mais
realmente da verdade e moralidade, com que se pratica, do que das grandes
inovações e belas reformas que se lhe consagrem."   [ Rui Barbosa ]

"No culto dos grandes homens não pode entrar a adulação." [ Rui Barbosa ]

"A eleição indireta tem por base o pressuposto de que o povo é incapaz de
escolher acertadamente os deputados." [ Rui Barbosa ]

"Só o bem neste mundo é durável, e o bem, politicamente, é todo justiça e
liberdade, formas soberanas da autoridade e do direito, da inteligência e do
progresso." [ Rui Barbosa ]

"É preciso ser forte e conseqüente no bem, para não o ver degenerar em
males inesperados." [ Rui Barbosa ]

"Quanto maior o bem , maior o mal que da sua inversão procede."
[ Rui  Barbosa ]

"Sem o senso moral, a audácia é a alavanca das grandes aventuras." [ Rui
Barbosa ]

"Não há outro meio de atalhar o arbítrio, senão dar contornos definidos e
inequívocos à condição que o limita." [ Rui Barbosa ]

"Criaturas que nasceram para ser devoradas, não aprendem a deixar-se
devorar." [ Rui Barbosa ]

"A acusação é sempre um infortúnio enquanto não verificada pela prova."
Rui Barbosa ]

"A mesma natureza humana, propensa sempre a cativar os subservientes, nos
ensina a defender-nos contra os ambiciosos." [ Rui Barbosa ]

"Outrora se amilhavam asnos, porcos e galinhas. Hoje em dia há galinheiros,
pocilgas e estrebarias oficiais, onde se amilham escritores." [ Rui Barbosa ]

"A espada não é a ordem, mas a opressão; não é a tranqüilidade, mas o
terror, não é a disciplina, mas a anarquia não é a moralidade, mas a corrupção,
não é a economia mas a bancarrota. " [ Rui Barbosa ]

"Os que ousam ser leais à sua fé, são cobertos até de ridículo." [ Rui Barbosa

"Embora acabe eu, a minha fé não acabará; porque é a fé na verdade, que se
livra acima dos interesses caducos, a fé invencível." [ Rui Barbosa ]

"Nenhum povo que se governe, toleraria a substituição da soberania nacional
pela soberania da espada." [ Rui Barbosa ]

"O exército não é um órgão da soberania, nem um poder. É o grande
instrumento da lei e do governo na defesa nacional." [ Rui Barbosa ]

"A soberania da força não pode ter limites senão na força." [ Rui Barbosa ]

"Um povo cuja fé se petrificou, é um povo cuja liberdade se perdeu."
[ Rui  Barbosa ]

"O espírito da fidelidade e da honra vela constantemente, como a estrela da
manhã da tarde, sobre essas regiões onde a força e o desinteresse, o
patriotismo e a bravura, a tradição e a confiança assentaram o seu
reservatório sagrado. " [ Rui Barbosa ]

"Na paz ou na guerra, portanto, nada coloca o exército acima da nação, nada
lhe confere o privilégio de governar." [ Rui Barbosa ]

"Toda a capacidade dos nossos estadistas se esvai na intriga, na astúcia, na
cabala, na vingança, na inveja, na condescendência com o abuso, na salvação
das aparências, no desleixo do futuro. " [ Rui Barbosa ]

"A existência do elemento servil é a maior das abominações." [ Rui Barbosa ]

"Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu
direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os
sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de
entidades dignas de existência na comunhão internacional. " [ Rui Barbosa ]

"Em cada processo, com o escritor, comparece a juízo a própria liberdade."
 [ Rui Barbosa ]

"O escritor curto em idéias e fatos será, naturalmente, um autor de idéias
curtas, assim como de um sujeito de escasso miolo na cachola, de uma cabeça
de coco velado, não se poderá esperar senão breves análises e chochas
tolices. " [ Rui Barbosa ]

"O homem, reconciliando-se com a fé, que se lhe esmorecia, sente-se
ajoelhado ao céu no fundo misterioso de si mesmo." [ Rui Barbosa ]

"Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado !"
[ Rui Barbosa ]

"A esperança é o mais tenaz dos sentimentos humanos: o náufrago, o
condenado, o moribundo aferram-se-lhe convulsivamente aos últimos
rebentos ressequidos. "
Obs.: A Ditadura de 1893. [ Rui Barbosa ]

"Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não
esqueço a fraternidade pela tolerância. Eu não substituo a fé pela superstição,
a realidade pelo ídolo." [ Rui Barbosa ]

"Dilatai a fraternidade cristã, e chegareis das afeições individuais às
solidariedades coletivas, da família à nação, da nação à humanidade."
[ Rui  Barbosa ]

"O governo da demagogia não passa disso: o governo do medo." [ Rui Barbosa

"Nada mais honroso do que mudar a justiça de sentença, quando lhe mudou a
convicção." [ Rui Barbosa ]

"A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta."
Rui Barbosa ]

"A escravidão do negro é a mutilação da liberdade do branco" [ Rui Barbosa ]

"Amigos e inimigos estão em posições trocadas. Uns nos querem mal,
fazem-nos bem. Outros almejam o bem e nos fazem mal." [ Rui Barbosa ]

"A verdadeira igualdade consiste em aquinhoar desigualmente seres
desiguais." [ Rui Barbosa ]

"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de
tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas
mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra
e a ter vergonha de ser honesto." [ Rui Barbosa ]

"Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito
conservador, interpretação restritiva, razão de estado, interesse supremo,
como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de
Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde."
Rui Barbosa ]

"A miopia intelectual é a mais constante geradora do egoísmo." [ Rui Barbosa ]

"A força não constrói, não une, não pacifica. Os grandes exércitos e os
armamentos são o infortúnio e o desassossego dos países militarizados." [ Rui
Barbosa ]

"A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe
passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe
ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe
alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe
interessa, e se acautela do que ameaça." [ Rui Barbosa ]

" As leis que não protegem nossos adversários não podem proteger-nos." [
Rui Barbosa ]

"Uma raça, cujo espírito não defende o seu solo e o seu idioma, entrega a alma
ao estrangeiro, antes de ser por ele absorvida." [ Rui Barbosa ]

"O delírio dos erros incuráveis acerba-se com os embaraços opostos pela
razão." [ Rui Barbosa ]

"O pão é o ventre, o centro da vida orgânica. O ideal é o espírito, órgão de
vida eterna." [ Rui Barbosa ]

"A vida parlamentar, a administração e o jornalismo têm sido, em toda parte,
os mais poderosos corruptores da língua e do bom gosto." [ Rui Barbosa ]

"A pressa é inimiga da perfeição." [ Rui Barbosa ]

"A inteireza do espírito começa por se caracterizar no escrúpulo da linguagem.
" [ Rui Barbosa ]

"Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento
da justiça." [ Rui Barbosa ]

"Não é possível estar dentro da civilização e fora da arte." [ Rui Barbosa ]

"As leis são um freio para os crimes públicos - a religião para os crimes
secretos. " [ Rui Barbosa ]

"Não se evita a guerra preparando a guerra. Não se obtém a paz senão
aparelhando a paz." [ Rui Barbosa ]

"A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta,
porque é eterna." [ Rui Barbosa ]

"Muito há que alguém disse: 'O sábio sabe que não sabe'." [ Rui Barbosa ]

"A pátria é a família amplificada." [ Rui Barbosa ]

"A morte não extingue, transforma; não aniquila, renova; não divorcia,
aproxima." [ Rui Barbosa ]

"Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles." [ Rui Barbosa ] 

Carta aos Jovens, João Paulo II


"Precisamos de Santos sem véu ou batina. Precisamos de Santos de calças jeans e tênis. Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.

Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade.

Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade.

Precisamos de Santos modernos, Santos do século XXI com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.
Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças socias.

Precisamos de Santos que vivam no mundo se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo. Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem discman.

Precisamos de Santos que amem a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer pizza no fim-de-semana com os amigos.

Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte.
Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros.

Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo mas que não sejam mundanos".

Papa João Paulo II.